sexta-feira, 12 de março de 2010

ânsia

o corpo mole, mole, mole. a cabeça viva, viva, viva. entre uma coisa e outra todos os nervos, músculos, esqueleto, articulações. entre uma coisa e outra uma ânsia enorme de não saber o que esperar. em determinados momentos, sabemos que sair da casca que nos protege é uma violência. uma violência dar assim a cara, os olhos, aos olhos dos outros. dar as nossas palavras aos seus ouvidos. não saber mesmo nada o que esperar, nada. e uma fragilidade lenta e grandiosa invade-nos todos os poros. queres baixar a cabeça, queres chorar, queres fechar-te em casa. queres continuar a fazer, a fazer, a fazer. entre esta e aquela coisa uma ânsia enorme de saber muito bem qual o caminho. e segui-lo, no fim de tudo isto. segui-lo. apenas.