quinta-feira, 18 de março de 2010
diário de vila do conde 34
a casa josé régio - mantida exactamente como o poeta a deixou - é um lugar de morte. uma imensa colecção de arte sacra, da qual se desconhece a sua proveniência, apenas que o poeta a foi adquirindo durante a vida, em todas as salas, em todos os andares da casa. no escritório, no quarto, na sala de receber visitas, na sala de jantar, nas arrecadações. por todo o lado um contacto directo com a morte, um peso exagerado para um ser humano carregar às costas. um castigo, provavelmente, um castigo. só no jardim, junto ao limoeiro, nos apercebemos de que aquele espaço teve alguém com vida dentro. só no jardim. assustador.