terça-feira, 30 de março de 2010
cisnes
ter memória é, ainda, lembrar todos os maus poemas que foram escritos nas férias de páscoa de tantos anos seguidos. poemas, todos eles, inúteis e esquecidos numa mochila que guardo atrás do sofá da sala. olhá-los é tropeçar e ferir os joelhos, de tão maus, de tão velhos. mas é também perceber que a cicatrização se faz assim, tentando, errando, tentando outra vez. com o passar do tempo, a crosta cai e, a esperança do poeta, é que as suas palavras, outrora patinhos feios, se tenham transformado em cisnes. cisnes sem memória, de preferência.