quinta-feira, 18 de março de 2010
diário de vila do conde 41
no momento seguinte à clarividência, toma-nos o cansaço. passeamos confiantes dentro da poesia de um outro e o corpo amolece, decai. apetece-nos sentar lá fora, sentir o vento crescer na nossa barba. apetece-nos que o vento fosse tão forte que nos arrancasse os cabelos, nos refrescasse a alma, fosse isso possível, ao menos. no momento seguinte à clarividência, toca o telefone, alguém sussurra alto demais, trauteia uma cantiga. e a atenção desmorona-se sobre o nosso próprio colo. e queremos infinitamente aqueles que amamos mais perto. nesse momento. nesse preciso momento.