sábado, 4 de setembro de 2010

viagem

talvez a viagem, acontece que a chuva, ainda assim o cinema. remo sobre o asfalto a minha casa, desprotejo-me ao quilómetro, engulo um choro que não inventei. não peças, nunca mais me peças, seja o que for. talvez a viagem, a construção, a historiografia. ser capaz de registar todos os movimentos num só segundo. querer encontrar o que não tem poiso, o que não nasce. saber sempre das coisas erradas da vida, para tudo faltar as palavras, menos para o que não merece já ser dito. talvez, por fim, a viagem, mesmo que a chuva, o cinema, sempre. o asfalto feito rio ou mar, oceano. toda a leveza dos impulsos. o cheiro molhado. a salvação que não encontro.