domingo, 12 de setembro de 2010

banquete

trabalha e trabalha o homem, nunca dorme. nos seus olhos uma faísca que atira sobre a morte.
era uma vez uma estrada, uma cassete, mobiliário de jardim a preços de promoção. o homem perdido entre as peças do supermercado, a consulta dos preços, a escassez de dinheiro. era uma vez uma chamada a meio da noite que ninguém atendeu. os olhares adormecidos enganando os ouvidos, crenças fúteis nas capacidades dos vizinhos. a minha opção nunca foi a construção de paredes entre nós. erigi palavras grandes como troncos de árvores centenárias. mas ao longe

trabalha e trabalha o homem, nunca dorme. nos seus olhos tudo é medo. desilusão.
o lugar para onde se dirige não conhece, ele não sabe. resiste apenas à confusão dos sentidos. baralha-se. está perdido.