quinta-feira, 21 de outubro de 2010

vomita

mete os dedos à boca, vomita. deixa que as coisas levem o tempo que tenham que levar a retomar os seus espaços, as suas posições devidas. mete os dedos à boca. era de noite e os corpos misturavam-se numa pista quase vazia. quem eras tu, quem eram aquelas pessoas, as respostas confundem-se agora numa memória muito menos que frágil. era de noite, isso é seguro, pelo menos durante uma parte da noite, até que depois nasceu o sol e te lembras de ter fechado os olhos com toda a força que te restava. o horizonte vermelho, a tontura. o estômago revolto, mas ainda nada. mete os dedos à boca, vomita. deixa que tudo possa ser livre de voltar a ser como era. até o teu corpo. até o teu corpo.