sábado, 23 de outubro de 2010

desgraçar

desgraça-te devagar quando arrancares os cabelos da cara - cera, lâminas, algumas lágrimas, um espelho fosco na rua das ideias perdidas. desgraça-te devagar, sim, rompe as ligações entre aqueles que te conhecem e aqueles que te sabem, prefere as beiras das paredes dos prédios da cidade, engole devagar a sopa à hora de jantar - legumes, batata, água, sal, uma tigela rachada no exacto lugar onde encostas os lábios. desgraça-te devagar. só não hesites quando tiveres mesmo que te desgraçar.