terça-feira, 26 de outubro de 2010
reconhecimento
não preciso de te reconhecer para desenhar o teu sorriso, nem preciso de uma agenda para perceber agora a hora da madrugada onde nos perdemos, cada um à sua maneira, cada um do seu lado. não preciso de te reconhecer, és apenas uma estrada que preferi não percorrer, apenas uma morada que ficou, desleixadamente, sobre a mesa de pedra do jardim. sim, é de noite. e depois da noite virão todas as manhãs da história da literatura. e depois das manhãs, outras manhãs, os pessegueiros a encher-nos os quintais de cheiros fortes. mas volto ao essencial. não preciso de te reconhecer. é já tarde. não vou por aí.