quinta-feira, 7 de outubro de 2010
ohio em bragança
chegas a uma cidade, percorres alguns metros, dás de caras com uma livraria. quantas vezes o fizeste sem nada que te fizesse entrar? mas, naquele preciso momento, percebes que deves entrar. ainda assim, sobes a rua, sentas-te numa esplanada, percebes como os lugares estão preenchidos por pessoas de origens bem diferentes: um velho a quem lhe falta, apenas, o rebanho, dois casais de reformados chegados da frança, um candidata a actriz e um candidato a director artístico falando, nobremente, sobre um jornal semanal. depois voltas a descer a rua, dirigindo-te à tal livraria, onde o mais certo, pensas agora, é não encontrares nada de diferente ou especial. mas, cada momento tem a sua forma de aparecer, e este escolheu-o assim: uma semi-volta à mesa dos destaques e encontras uma capa que já viste mais vezes. folheias, percebes: as tuas ideias têm uma origem e essa origem está dentro deste livro. de um território ou gente distante, como distante estás tu da tua casa, embora agora tudo te pareça tão próximo e pleno de afinidades. ohio em bragança, sais com um livro e um sorriso.