quarta-feira, 21 de julho de 2010
gesto
prevês o gesto mas não prevês a consequência. assim coordenas o espaço entre os dedos e a consciência. resguardas-te no silêncio, mas todo o teu coração é ruído. tremes ao ouvir o barulho das casas que compõem o prédio onde vives. prevês o gesto, adivinhas a voz. não compreendes as palavras, apenas as sensações. homem agride mulher, é uma velha história sem humanidade nenhuma. e refazes agora todos os sorrisos e palavras amigáveis que trocaste, a subir ou descer escadas. refazes agora o plano sobre as impressões, quando eram também impressões o que te fizera sentir positivo. prevês o gesto mas não prevês a consequência. quantos mais dias à espera do último ruído rasgando o sono?