segunda-feira, 19 de julho de 2010

al-biynman

na ilha de al-biynman, para casar, era preciso cortar a cabeça de um homem. o noivo recebia a mão da noiva contra a entrega da cabeça de um homem em casa do pai dela. na ilha de al-biynman, quantas mais cabeças de homens cortasses, mais vezes poderias casar. tanto poderias ser um macho sanguinário como um homem apaixonado. nenhum homem poderia ser amigo de um outro, quem quisesse ajudar ao amigo a casar, poderia ter que oferecer a sua própria cabeça. na ilha de al-biynman, os homens rareavam. os mais fortes, os de maior prole, eram também os mais paranóicos, doentes e violentos. a ilha de al-biynman acabaria por desaparecer de todos os mapas, de todas as memórias de cabeças cortadas. depressa se chegou ao ponto de cortar a cabeça do pai, do tio, dos irmãos. é para lá que caminhamos. é para lá que caminhamos ainda.