quinta-feira, 22 de julho de 2010

calças

não passes a tua mão no meu bolso das calças. talvez eu tenha esquecido por lá umas últimas moedas, ou mesmo a vida. e sabes, encontrar uma vida assim, amarrotada na cadeira do canto do quarto, talvez não seja mesmo a melhor forma de enfrentar. não passes, então, a tua mão no meu bolso das calças. deixa-me que as lave, que as estenda na varanda, espera que venha um sol que as seque. algum dia eu serei um rapaz de calças novas e lavadas. algum dia estarei, sim, à tua mão.