domingo, 20 de junho de 2010

o dilema de kewell

harry kewell, aos vinte e cinco minutos do jogo austrália-gana, foi colocado perante o dilema do defesa no momento do penalti. a equipa australiana seguia na frente do marcador, kewell estava sobre a linha da sua baliza no momento do remate do adversário, a bola dirigia-se para as redes e, na sua cabeça, o dilema: impedir o golo (fragilizando a equipa com uma mais que provável expulsão seguida de um penalti) ou permitir o golo (ficando em campo para ajudar na recuperação do resultado)? todos os jogadores de futebol deveriam estudar, filosoficamente, estes momentos de jogo. normalmente, os jogadores fazem a escolha óbvia, que, neste caso, é a escolha errada. a escolha óbvia de evitar um golo, aos vinte e cinco minutos de jogo, deixa em total fragilidade a sua própria equipa. mas harry kewell, naquele momento, não é nem um jogador de futebol, nem um filósofo. é um homem. e nenhum homem conseguiria evitar lançar a mão à bola se se visse sobre a linha da sua baliza no momento do remate do adversário.