quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

ela

e ela debatia-se insanamente para se soltar do invisível que a prendia, gritava, gesticulava, batia com os pés, mesmo que nada a prendesse, nada a magoasse, nada que se visse, pelo menos. ela continuava a debater-se, a debater-se, e os outros, os que não viam, pensavam que se debatia consigo mesma e diziam-lhe, em mensagens, que não se preocupasse, que isso a nada a levaria. no entanto ela não parava. e os cabelos estavam despenteados, os olhos muito abertos, os lábios brutalmente separados e escorrendo saliva. e os outros eram ainda mais incapazes de compreender o que se passava com ela.