quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
crítica de poesia
uma daquelas histórias que repito sempre é aquela de eu ter estado sentado numa mesa de um café e ter escrito um poema sobre o facto de estar sentado na mesa do café a ser atendido por uma empregada, que não era uma rapariga loira, mas era uma rapariga de cabelo castanho claro. quando paguei a conta, entreguei o poema à rapariga. ela nunca escrevera na vida e olhou para o papel como qualquer coisa que aquilo não era. no entanto, prometeu colocá-lo na parede do café, onde já antes haviam sido colocados outros poemas, nenhum deles escrito no café nem sobre nenhuma outra empregada daquele café. naquele café, preferiam a poesia que falava das praias, dos mares, das rochas. e a promessa, que era vã, ficou por cumprir. felizmente, penso eu agora, até porque o poema, se bem me lembro, era mesmo muito mau.