o prédio deserto não é deserto, é uma voz algures no andar de cima, passos silenciosos nas casas, um pássaro morto encontrado numa varanda. o prédio deserto não é deserto, o barulho das canalizações, os livros que se mexem nos armários, o vento nas janelas. o prédio deserto é ainda um resquício da enchente, uma música entoada pelo espaço, no vazio que ficou dentro do prédio, dentro de nós.