sábado, 28 de novembro de 2009

assobio

nenhuma música talvez fosse o sinal, o frio a entrar nos ossos, os passos marcados pelo eco das solas nas paredes que se estendiam em longos corredores. nenhuma música talvez fosse o sinal, ou talvez fossem as duas mãos enormes que me seguravam os braços, apertavam o corpo, por entre aqueles dois homens, mais que homens, troncos. nenhuma música talvez fosse o sinal, até que de uma parede se ouviu alguém que assobiava, alguém que contrariava o terror daquele silêncio com uma pequena melodia popular, um acto de resistência, um acto de vida, no meio do betão escuro.