inventaram-nos uma língua para o corpo e era a festa que começava a cada canto da cidade. uma cidade não bem cidade, um descanso. inventaram-nos uma língua para o corpo e o corpo soltava-se por entre os dedos de quem nos segurava. pessoas não bem pessoas, imagens perdidas na miopia dos óculos esquecidos na cabeceira da cama. inventaram-nos uma língua para o corpo e a língua éramos nós próprios, nus, abraçados e felizes, como quem não soubesse ainda do nascimento das palavras.