quarta-feira, 19 de maio de 2010

paz

não me lembro bem do que se terá passado a seguir. sei que acordei calmo, em paz. nenhum dos médicos descobrira o que levara aquele cérebro a encontrar tão intrincadas conjugações de palavras, ideias, soluções. nenhuma diferença em relação a um cérebro normal o podia explicar. no entanto, alguns médicos julgaram que, devido ao meu acto um tanto tresloucado, eu deveria saber alguma coisa. eu acordei calmo, em paz. chegara finalmente a hora de se dedicarem ao meu corpo. nunca ninguém olhou assim para mim, disse ao médico que se aproximava com um ar interrogador. e perante o meu sorriso, o medo tomava toda a sua feição.