domingo, 30 de maio de 2010

domingo

no fim de tudo, é domingo. as pessoas chateiam-se, facilmente, nos mesmos passeios, nas mesmas ideias. está sol, a praia que promete. eu fecho-me na sala fresca da biblioteca, fugindo de quem pouco entende do que eu posso prometer. olho-lhes as faces e vejo fragilidades, desilusões. e depois a minha própria cara entrevejo, nessas muitas outras que por mim passam. de todos eles, o pior sou eu. barba por fazer, cabelo despenteado, os olhos muito míopes num livro de poesia. vai lá encontrar-se homem mais estranho nesta terra do fim do mundo? enfim, é domingo. as pessoas chateiam-se facilmente, é melhor não dizer nada. ficar calado, deixar de existir. aceitar que é domingo. apenas isso.