o homem sem cabeça caminhava com uma cabeça nas mãos. nunca percebi bem se a cabeça seria dele ou não. quando o via passar na rua ficava escondido por detrás dos cortinados, para perceber se a cara da cabeça era a mesma dos dias anteriores. e sim, parecia igual. tenho para mim que as caras das cabeças arrancadas são todas iguais. talvez isso fosse o que mais me assustava. nunca saber quem tinha, agora, ficado também sem cabeça.