sexta-feira, 2 de outubro de 2009

partir pedra

as coisas podiam ser simples como uma cantiga popular brasileira, de rima certa e ilusão passageira fixada na nossa cabeça. mas não. temos o peso da história, da memória e medo, muito medo, do futuro. temos os pés presos na terra descolorida dos nossos antepassados, o amor de mãe castra-nos, a língua prende-se entre os dentes que trazemos cerrados. as coisas podiam ser simples como uma manhã acordada na revolução do grito do ipiranga. mas caminhamos, de tornozelos presos nas correntes, a partir pedra, a partir pedra, a cada dia que passa.